DIAGNOSE: registrando os diferentes saberes de cada aluno...
QUEM
SÃO OS SEUS ALUNOS?
QUAIS
OS CONHECIMENTOS
QUE
ELES ESTÃO CONSTRUINDO? O QUE PRECISAM APRENDER?
COMO
SERÁ CONSTRUÍDO O TRABALHO PEDAGÓGICO?
Definir e redefinir os objetivos do fazer
docente são ações inerentes ao nosso trabalho. Diante do currículo e das
demandas de aprendizagem da turma e de cada aluno, o planejamento é construído
e ganha os contornos necessários ao alcance de cada objetivo.
Por essa razão, logo no início do ano
letivo, torna-se fundamental conhecer a turma, conhecer cada aluno e traçar
caminhos para que todos avancem. É importante, por exemplo, saber:
•Quais as crianças que passaram pela
Educação Infantil;
•Se estudaram na mesma turma ou escola;
•Se há relatórios disponíveis sobre o
desenvolvimento dos alunos em suas experiências anteriores;
•Quais os conhecimentos que construíram a
respeito do sistema de escrita e de numeração decimal;
•Quais as características culturais e
afetivas que preponderam nos lugares onde vivem;
•Quais os interesses e curiosidades que
possuem;
•Se há alunos que necessitarão de apoio
específico (como suportes para a inclusão e adaptação para crianças com deficiência).
A DIAGNOSE não se constitui em uma
ação pedagógica definitiva e cristalizada em relação aos perfis apresentados
pelos alunos no início do ano letivo.
Trata-se de um momento importante, um
ponto de partida para se pensar quais ações/possibilidades serão
necessárias ao avanço no processo de alfabetização específico de cada aluno,
assim como do coletivo da turma.
Lembre-se de que a família deve se tornar
uma grande aliada. Considere organizar reuniões frequentes de pais e
responsáveis para que você, Professor(a), possa conhecer as famílias, que
sempre oferecem informações relevantes sobre as vivências de cada criança. O
compromisso com a frequência é algo de que não se pode abrir mão. Muitas vezes,
algumas famílias não compreendem a importância da assiduidade, principalmente
durante o processo de alfabetização. Aproveite esses encontros para mostrar o
quanto os alunos precisam consolidar, gradativa e sistematicamente, o seu
processo de alfabetização.
Diante do trabalho a ser desenvolvido no 1º
ano, identificar como os alunos estão se desenvolvendo, em cada uma das
habilidades em destaque, contribuirá para a organização do planejamento.
Sabemos que, durante o processo de
diagnose, buscamos conhecer o que sabe cada um de nossos alunos. É
preciso identificar aqueles que estão iniciando a construção de determinados
conceitos e aqueles que já avançaram nesta ou naquela habilidade específica.
A diversidade, inerente ao ser humano e,
logicamente, aos nossos alunos, nos permite perceber crianças nas mais
distintas etapas do processo de alfabetização. Como precisamos atender a todos,
a DIAGNOSE inicial permitirá traçar/planejar atividades/ações para que
todos evoluam e, mutuamente, se auxiliem nesse processo.
As habilidades elencadas, para serem
observadas durante o processo de DIAGNOSE, consideram, dentre outros
aspectos, a escrita do próprio nome, a identificação de letras, a leitura e a
produção de textos.
No âmbito da Matemática, são exploradas
habilidades que também envolvem diferentes processos cognitivos. Pretende-se,
neste início de ano letivo, observar o desenvolvimento de habilidades que
envolvam as capacidades de identificação, comparação, ordenação, classificação
e resolução de situações-problema envolvendo cálculos simples.
Professor(a), ao observar seus alunos,
tenha em vista as possibilidades de aprendizagem de cada um deles. Com a DIAGNOSE
não se pretende buscar o que falta, mas sim o que cada
criança já construiu e o que ainda precisa construir para conseguir
apropriar-se da leitura e da escrita, desenvolvendo, concomitantemente, o seu
raciocínio lógico. Esta é a função da escola: construir conhecimento.
A indicação de habilidades para a DIAGNOSE
e para investimento efetivo ao longo do bimestre não pode ser tomada como
preditiva daquilo que as crianças deveriam saber. Deve, sim, ser tomada como
referencial para que saibamos onde cada aluno se situa em relação ao que
precisa desenvolver/avançar, a partir de onde está
Quando o professor começa a falar de escrita para as crianças, precisa lembrar-se de que a maioria delas já tem informações a respeito. Se ele fizer com que elas explicitem essas informações, conversando a respeito do que sabem, terá um bom motivo e um caminho interessante para ensinar a ler e a escrever. [...]
Por isso, o professor deve fazer esse levantamento antes de organizar o trabalho de ensino. Reconhecer e respeitar esses conhecimentos das crianças motiva-as a aprender mais rápido, uma vez que elas constatam que já sabem muita coisa.
Por outro lado, esse estudo é crucial no caso daqueles alunos que sabem muito pouco ou quase nada a respeito do sistema de escrita. Com esses alunos, o professor deverá tomar cuidados especiais, devendo ensinar noções que parecem óbvias a todo mundo, mas que não foram sequer percebidas por algumas crianças. Se esses alunos não receberem uma boa distinção entre desenho e escrita ou, ainda, que escrevemos com letras representando os sons das palavras, dificilmente acompanharão explicações mais específicas a respeito do funcionamento da escrita, da leitura e da fala [...] CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando Sem o Bá Bé Bi Bó Bu - 2ª ed – Coleção Pensamento e Ação. São Paulo: Scipione, 2009.
Professor(a), a aprendizagem da leitura e
da escrita necessita da utilização efetiva de textos como ponto de partida e de
chegada. É fundamental que os alunos percebam os usos sociais da leitura e da
escrita.
Por essa razão, explore as características
e as funções dos textos lidos. Ao trabalhar com narrativas, parlendas, poemas,
receitas, manuais de instrução, rótulos, notícias, letras de música,
trava-línguas e adivinhas, explore a finalidade de cada gênero textual. Nesse trabalho, a oralidade ganha espaço
privilegiado. Estimule seus alunos a expor suas ideias a respeito da finalidade
dos diferentes textos trabalhados e amplie os conhecimentos que compartilharem.
Levando em consideração a faixa etária dos alunos, verifique a possibilidade de
montar um livrinho em que se reúnam textos para brincar. Nesse material, poderiam ser reunidas
parlendas, trava-línguas, adivinhas, canções de roda e listas de brincadeiras
construídas pelos próprios alunos. Você pode, ainda, criar um manual de
brincadeiras. Nele, os alunos podem selecionar e explicar como as brincadeiras
favoritas são realizadas. Nesse caso, como escriba dos alunos, você pode
registrar as instruções passadas por eles. A produção pode ser compartilhada
com outras turmas da escola.
PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO SUBSECRETARIA DE ENSINO COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA
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